segunda-feira, 13 de abril de 2015

NAVEGAR É PRECISO


Ao fim da celebração pascal de hoje, lançaram-me umas indiretas bem diretas sobre as crônicas da comunidade do Bom Samaritano, que há um ano eu não as escrevo. Então, aproveitando esse tempo do calendário cristão, resolvi ressuscitá-las. Deus me ajude a, com amor e disciplina, cumprir essa tarefa que me cabe.


Acerca de tarefas, a igreja pode ser comparada a um navio e os eclesianos a marinheiros. Todos em um só risco, empenhando habilidades as mais diversas, com um objetivo comum. E, se se aproxima uma tempestade, todos se unem em prol do coletivo. Para marinheiros, união não é um conceito abstrato, mas comprometimento de cada um com o outro, consigo e com a missão – assim deve ser conosco, chamados ao serviço ao próximo.

A tempestade pode ser, por exemplo, na vida da comunidade ou de um irmão, mas também as chagas do Cristo Ressuscitado, que são as incuráveis feridas do mundo. Ora, não há outra forma de ser cristão, senão deixando o medo de se molhar e mergulhando de cabeça no oceano do amor ao próximo. Fato é que, cristãos ou não, muitos dos que amaram o mundo morreram nessa empreitada.  Sendo o amor um perder-se a fim de encontrar-se no outro, acontece que essas pessoas, perderam-se a si e não puderam se encontrar na humanidade, de tal modo que morreram sozinhas. Comprometer-se é perigoso, mas é navegar é preciso. Unidos, devemos tocar essas chagas, cada qual a que lhe for possível, pois uma igreja ensimesmada, que não toca o outro, se afunda.


Breno Ricardo, 12/04/2015

facebook.com/brenoricardoescritor

Nenhum comentário:

Postar um comentário