Ao fim da celebração pascal de
hoje, lançaram-me umas indiretas bem diretas sobre as crônicas da comunidade do
Bom Samaritano, que há um ano eu não as escrevo. Então, aproveitando esse tempo
do calendário cristão, resolvi ressuscitá-las. Deus me ajude a, com amor e
disciplina, cumprir essa tarefa que me cabe.
Acerca de tarefas, a igreja pode
ser comparada a um navio e os eclesianos a marinheiros. Todos em um só risco,
empenhando habilidades as mais diversas, com um objetivo comum. E, se se
aproxima uma tempestade, todos se unem em prol do coletivo. Para marinheiros,
união não é um conceito abstrato, mas comprometimento de cada um com o outro,
consigo e com a missão – assim deve ser conosco, chamados ao serviço ao
próximo.
A tempestade pode ser, por
exemplo, na vida da comunidade ou de um irmão, mas também as chagas do Cristo
Ressuscitado, que são as incuráveis feridas do mundo. Ora, não há outra forma
de ser cristão, senão deixando o medo de se molhar e mergulhando de cabeça no
oceano do amor ao próximo. Fato é que, cristãos ou não, muitos dos que amaram o
mundo morreram nessa empreitada. Sendo o
amor um perder-se a fim de encontrar-se no outro, acontece que essas pessoas,
perderam-se a si e não puderam se encontrar na humanidade, de tal modo que
morreram sozinhas. Comprometer-se é perigoso, mas é navegar é preciso. Unidos,
devemos tocar essas chagas, cada qual a que lhe for possível, pois uma igreja
ensimesmada, que não toca o outro, se afunda.
Breno Ricardo, 12/04/2015
facebook.com/brenoricardoescritor
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