No domingo 23 de fevereiro, enlevados pela alegria que
é adorar e bendizer o nosso Mestre Jesus, reunimo-nos novamente. Nossa irmã,
Bárbara, trouxe-nos a reflexão sobre a Palavra de Deus, relacionando o texto do
Levítico 19 1-2, 9-14 com o do Evangelho segundo São Mateus 5 38-48. Ela
destacou que ao nos recomendar perfeição semelhante à do nosso Pai que está nos
céus, Cristo vem tornar mais alto o nosso alvo, que, portanto, deixa de se
limitar à observância literalista dos preceitos da Lei; observância tal que
diversas vezes abria espaço à soberba de muitos.
Há admirável grandeza em certos trechos da Lei, pouco
citados, devido à relevância que os poderosos deram a outros versículos que, a
partir de suas próprias interpretações, eram úteis para o objetivo de pesar o
jugo de sua dominação sobre o povo.
Através da fala “eu porém vos digo”, recorrente no
Sermão do Monte, Jesus reafirma que veio interpretar a Lei de modo mais amplo e
não destituí-la de sua dignidade e importância. Nós cristãos seguimos a Lei e
os Profetas conforme a visão de Cristo, que, segundo nosso ministro Júlio, era
uma visão já existente entre alguns rabinos.
Paulo mencionou uma figura islâmica muito bela e
expressiva: a da mariposa que, atraída pela luz da vela, se joga em direção a
ela e acaba por se queimar na chama, vindo a ser uma só com esta. Da mesma
forma, a santidade consiste em abandonarmo-nos a nós mesmos, tornando-nos,
assim, instrumentos para a ação da graça do nosso Pai celestial. Como disse ele:
não é o caso de reservar um lugar em nós para Deus, mas de nos anularmos
totalmente e nos lançarmos ao nosso Senhor, como fez a mariposa à chama. É
assim que o ser humano se torna plenamente bom, santo e divino: somente pela
graça.
Depois da Liturgia da Palavra, no momento da Comunhão,
cada um de nós dedicou a hóstia a um irmão, dizendo o porquê daquele ato.
Repartimos, assim, o pão; partilhamos depois o vinho tomando-o no mesmo cálice,
como, segundo a tradição, fizeram Cristo e os apóstolos na Ceia.
Temos – graças a Deus! – aprendido diariamente a ser
comunidade, a ajudarmos uns aos outros, com uma palavra de ânimo, um sorriso,
um abraço... ou mesmo com outro auxílio em tempos mais difíceis que porventura
algum de nós esteja passando... Cristo nos chama à partilha e ao auxílio, à
santidade e ao carinho, a despeito de nossas multidões de erros, porque, onde
abundou o pecado, superabundou a graça! Amém!
Juiz de Fora, 24 de fevereiro de 2014
Breno Ricardo
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