Seguindo o calendário litúrgico, refletimos, nesse
domingo, acerca da nova interpretação que Jesus traz sobre a lei mosaica.
Interpretação essa que tem por premissa o mandamento maior, o amor, portanto,
de modo algum, Cristo veio despojar a dignidade da Lei, muito menos
descumpri-la.
No Evangelho segundo São Mateus há uma passagem que
trata esse tema. Comentando-a, Júlio, nosso ministro leigo, falou sobre a
necessidade de se tirar as sandálias diante dos pés descalços dos miseráveis,
caso contrário, corremos o risco de nos perdermos ao nos considerarmos mais
sagrados que os outros. Ouvindo isso, Henrique, uma das crianças da nossa
comunidade, tirou imediatamente as sandálias dos pés!
Essa atitude acresceu brevemente à nossa reflexão, a
importância de se aprender com as crianças, afinal, elas têm características
especiais que, com o tempo, se perdem em meio à soberba da racionalidade
adulta. Elas são ingênuas e dispostas à prática do bem; inteligentes e sagazes;
questionadoras, mas não arrogantes; dentre outras peculiaridades infantis.
Em um trecho do Evangelho segundo São Marcos, lê-se:
“Deixem vir as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que
são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus
como uma criança, nunca entrará nele”. Creio que Jesus nos ensinava, com essa
exortação, que a felicidade da vida abundante oferecida por Deus, só pode ser
desfrutada se derrubarmos os muros que criamos em torno de nós mesmos e,
humildemente, conciliarmos a meninez à seriedade adulta.
Então, sejamos sérios – não sisudos; acresçamos a isso
toda sorte de puerilidade que nos for possível, misturemos com ilimitado amor
ao próximo: vivamos, assim, felizes, o Reino que Cristo nos deu a nós!
Juiz de Fora, 13 de fevereiro de 2014
Breno Ricardo
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